quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Revista "Junior", uma "Capricho" gay?

Post da Mari:
Acho que essa matéria vem de encontro com o que discutimos ontem na aula do Fábio Mariano, de como lançar um produto segmentado para o público gay.

Ainda que o mote de fotos sensuais masculinas seja o principal, a variedade de informações (e de anunciantes) parece transformar esta revista em um meio de divulgação de informações e de tendências - e não somente de fotos de homens bonitos/sarados ou agenda da militância gay.

Revista "Junior", uma "Capricho" gay?
por SÉRGIO RIPARDO


Mostrar imagens de homens sarados (com o pênis ereto, de preferência) sempre foi o caminho mais fácil de conquistar a atenção dos gays (assumidos e enrustidos). Há uma necessidade real de estímulos para o prazer, em um mundo em que a nudez masculina ainda é vista como algo grotesco, imoral e de mau gosto. Nos últimos dez anos, a "G Magazine" apostou na fórmula de exibir a genitália de modelos, "big brothers", jogadores e aspirantes à fama. Neste mês, surgiu uma novidade neste mercado: chegou às bancas a "Junior" (R$ 12), revista de André Fischer e da editora Sapucaia, apostando em uma nova percepção das necessidades do público GLS.

São 116 páginas, em uma edição com acabamento primoroso. Folheando a revista, a primeira surpresa é a presença de anúncios de marcas internacionais, como Diesel e Calvin Klein. Lá fora, não é de hoje que essas grifes costumam colocar seu dinheiro em publicações com conteúdo gay, como a revista norte-americana "Out", a francesa "Têtu", a belga "Gus", a australiana "DNA", inspirações de "Junior". No Brasil, ainda havia uma resistência de grandes anunciantes em entrar explicitamente no mercado editorial gay. A "G", por exemplo, em seus editoriais, sempre reclamava dessa ausência.

É evidente que uma publicação como a "Junior" atingirá um público mais amplo do que uma revista de nu frontal, considerada "imprópria para menores". Em grupos de discussão sobre o novo título, há uma comparação interessante: a "Junior" seria uma "Capricho" gay, em referência à famosa revista de meninas,. Ou seja, o seu foco é o novo homem, os garotos que cresceram em uma ambiente social mais tolerante com a busca pela igualdade de direitos, com a diversidade sexual.

Na era da internet, esses meninos sabem achar fotos e vídeos de sexo gay com a mesma agilidade com que conversam com mais de uma pessoa em programa de mensagens instantâneas. Não gastam seu dinheiro com revistas de nu. Buscam o "algo mais" --seus interesses não se limitam ao sexo, mas englobam também áreas da cultura, como música, moda, estilo e comportamento.

Para atender a essa demanda de mercado, perde espaço a abordagem tradicional dos temas preferidos da militância (como a agenda política e legislativa e denúncias de homofobia). Ao privilegiar os apelos visuais, a revista tenta falar a língua do seu público, cativá-lo, embora também abra espaço para uma crítica ranzinza e anacrônica sobre uma despolitização, uma pauta de frivolidades, uma alienação com o mundo cor-de-rosa.

Para os mais jovens (ou juniors, com o perdão do trocadilho), o ativismo político, que marcou gerações anteriores de gays, virou retórica vazia, já era. A sigla "GLS" é vista como um conceito démodé, de tiozinho. No universo da garotada desencanada, em geral da classe média urbana, "gay" e "lésbica" são apenas rótulos, que aprisionam a sexualidade e, claro, criam problemas na família, na escola e na rua. O que eles querem saber é o que comprar, o que vestir, qual o som do momento, qual a última dos seus ídolos. Tudo isso eles encontram na "Junior", cujo segundo número deve sair em novembro. A partir daí, é esperar para ver se a fórmula comercial e editorial "pega" e como a concorrência reagirá a essa nova onda.

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Haja "trading up"

Blingh2o
Custa U$40 cada garafa. São lacradas como vinho com o logo sendo feito com cristais Swarowski. Dentro temos o conteúdo, água mineral,
que na verdade é o de menos nessa história.
O site é: http://www.blingh2o.com/

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Fazemos ciência, não arte.

Todos sabemos que algumas pessoas se adaptam melhor a mudanças do que outras. A mudança pode ser simples, como mudar o caminho para casa quando a rua está em obras.

Estar disposto a adotar um comportamento diferente do da zona de conforto é influência das experiências de vida que tivemos, mas também do nosso DNA. Foi descoberto que há também um fator genético que determinam se as pessoas serão mais maleáveis e tolerantes em situações em que a resposta padrão não é apropriada.

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

4ª aula - Subculturas

No início da aula foi feito uma revisão dos conceitos anteriores. Além do trading up/trading down o professor também relembrou os conceitos de:
- Adesão (biografia/biológicas/características herdadas)
- Identificação (projeto/características adquiridas)
- Modelo mental (valores)

Como novidade aprendemos o conceito de auto-engano, sendo explicado pelo exemplo das moscas-macho que se passavam por fêmeas para roubar o alimento oferecido por outras moscas-macho.

Outro assunto abordado na aula foi a pesquisa sobre classes C e D. O pressuposto foi de discutir menos sobre técnicas, metodologias e mais sobre a alma dos consumidores.

Foram abordados vários mitos sobre essa classe social, desmistificando o senso comum em afirmações como:
- classes C e D não arriscam a comprar marcas novas porque não podem errar na escolha (marcas novas de tubaínas são consumidas principalmente por essas classes)
- mito da família desunida porque não fazem a refeição juntas (causa disso é o pouco espaço nos domicílios, refeição é momento de fragmentação)
- são religiosas (tratam a religião como forma de barganha, fim funcional)
- único lazer é a televisão (TV é rotina, não é lazer; o que não existe é o break inusitado; um bom exemplo é o evento das Casas Bahia no Anhembi que ofereceu de fato um lazer)

Frase para se guardar:
"A imagem é confiável mas não é exata."

Por fim, reforçando o que o Fábio sempre fala sobre o objetivo primordial do curso. Temos de produzir conhecimento sobre o consumidor. Existem pouquissímos estudos sobre o tema e por isso nossa possibilidade de vir a contribuir significativamente com o assunto.

Pesquisa diz que há somente 4 tipos do mulheres

Vi essa matéria no Blue Bus hoje. Achei interessante para dividir com vocês.

Ela fala de um tipo de segmentação de consumidores que determina que existem somente 4 tipos de consumidoras:

Responsáveis Satisfeitas
Híbridas Naturais
Integradoras Sociais
Artistas Culturais

Além disso, o estudo coloca que essas formas de consumo se mantém no decorrer da vida e não se alteram com a idade. Ou seja, se uma mulher tiver um tipo de consumo aos 18 anos, manterá esse modelo quanto tiver 40.

O estudo é bastante interessante e acho que vale a pena dar uma olhada.

Segue o link da matéria:
http://www.bluebus.com.br/show.php?p=1&id=79030

E o link para a pesquisa original:
http://www.ampagency.com/pdf/whatWeThink/research/women_2007.pdf

domingo, 2 de setembro de 2007

Embalagens menores trarão novos desafios.

Apesar da última publicação do mês de agosto/setembro da Revista ESPM trazer boas discussões sobre o papel da embalagem e seu o futuro como mídia e parte do processo de marketing, estar próximo do dia-a-dia das marcas nos permite entrar em contato com os desafios correntes. O movimento de diminuição do tamanho das embalagens está trazendo novos desafios para o mercado de bens de consumo não-duráveis.

O Wal-Mart, maior varejista do mundo, é um dos maiores propulsores desse movimento, já que encontrou a oportunidade de economizar em toda a sua cadeia e vem desafiando todos seus fornecedores a produzirem produtos mais leves, eficientes e que façam bem para o mundo. O Wal-Mart vem dando exposição diferenciada na loja para produtos eco-friendly.

Um artigo publicado na Brandweek da semana passada comenta que a Procter & Gamble está prestes a lançar a linha Ultra2x, com fórmula concentrada e embalagens que serão a metade das anteriores, para suas marcas de higiene doméstica (Tide, Gain, Cheer, Era e Dreft). A companhia está ciente que educar os consumidores sobre as mudanças é crítico, mas acredita que será intuitiva a percepção de mudança e que por usar menos plástico terá melhor aceitação. Uma consultoria de marcas e a minha experiência com o lançamento de Comfort Essence, que diminuiu uma embalagem de 2 litros para 400 ml, mostraram que o desafio pode ser maior, porque exige uma grande mudança de habito na consumidora, porque ela demora a acreditar que com menos ela pode fazer mais. A embalagem de Comfort já traz um dosador para diminuir a chance de a consumidora errar a dose e se frustrar.

A questão da embalagem como mídia é o mais intrigante. Diminuindo o tamanho das embalagens diminui o espaço de informações sobre o produto na embalagem e o tamanho de face. A abordagem ao consumidor na loja, através de promotores ou por mídias eletrônicas terá cada vez maior relevância para trazer as informações complementares. A internet também poderá a ter cada vez mais a função de informar o consumidor para que ele chegue expert no produto, assim também como a venda - direta. A solução encontrada com Comfort Essence foi criar um apoio onde a embalagem era exposta da mesma altura dos concorrentes e onde era comunicada a inovação.

As mudanças que se seguem serão grandes. O consumidor vem aumentando a sua preferência por produtos "verdes", mas será importante entender como ele reagirá às mudanças que o passarão o seu processo de compra e até como usa os produtos.